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IMORTALIDADE
O imenso Huascar de Figueiredo, jornalista dos mais festejados e intelectual de indiscutível valor, que emprestava o fulgor de sua inteligência privilegiada às letras amazônicas, estava à morte.
O presidente da casa de Adriano Jorge, o brilhante Péricles Moraes, sabedor da triste ocorrência designou comissão integrada dos acadêmicos Genesino Braga e André Araújo para uma visita oficial ao colega enfermo.
Interpretando o pensamento da Academia Amazonense de Letras, de cujo silogeu era Huascar membro proeminente, Genesino Braga desincumbiu-se de sua missão com o brilhantismo de sempre, desejando-lhe, ao final, pleno e completo restabelecimento, reafirmando ser, aquele, o desejo de todos os seus colegas de imortalidade acadêmica.
Huascar, que possuía raro pendor satírico, como se discípulo fosse do genial Gregório de Mattos e que, aliava a essa qualidade a de emérito contador de anedotas, fixou o olhar moribundo nos visitantes e sentenciou, respondendo ao intérprete do grupo:
– É, Genesino, essa nossa imortalidade é tão frágil...
BIBLIOTECA RAIMUNDO COLARES RIBEIRO
Transcrito do livro PAIOL DE LEMBRANÇAS, de Almir Diniz, Editora Uirapuru, Manaus (AM), 2001, página 40.
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