Às dezessete horas e mais alguns minutos daquela quarta-feira, 16 de junho de 1999, acompanhado da minha esposa Kátia, adentrei no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na Av. Sete de Setembro, nesta Capital. No passado, devo registrar, esse prédio histórico e de beleza arquitetônica esteve como sede do Poder Executivo do Amazonas e residência do governador.
Da entrada principal, avistei o Dr. Almir Diniz de Carvalho, junto à sua esposa Aníria, que se preparavam para subir as escadarias centrais do palacete. O Dr. Almir Diniz, advogado, premiado escritor, poeta e jornalista amazonense, encontrava-se, nessa época, na presidência da Associação dos Escritores do Amazonas (ASSEAM).
Após assinarmos o livro de presenças, dirigimo-nos a uma das salas do andar superior, onde seria realizada a solenidade de abertura da I MOSTRA DE LITERATURA E ARTE VANGUARDA CULTURAL. Na sala, antes de escolhermos os nossos lugares, aproveitamos para conversar um pouco com o Dr. Diniz e sua esposa, bem como com outros ilustres convidados.
Fazendo companhia um ao outro, Kátia e eu ficamos na última fileira de cadeiras, juntinhos, e, confortavelmente, acomodados. Sempre quietos, estivemos atentos à movimentação dos jovens, que executavam os acertos finais para o início da grande festa: colocavam mesa e cadeiras no palco; aprumavam o pedestal do microfone; puxavam fios pra lá, pra acolá; ajustavam o som; balançavam as cortinas... E a sala, praticamente tomada, enchia-se cada vez mais de convidados e visitantes do Centro Cultural, com muitos ficando de pé.
Às dezenove horas, já transcorrido uma hora de atraso, um jovem falou ao microfone e pediu desculpas pela demora. Desde então, várias luzes se apagaram e restou uma penumbra gostosa. Os discursos de apresentação foram poucos e breves. Em seguida, a garotada começou a recitar belas poesias. Solos de violão sobressaíam-se em fundo musical. As poesias continuavam e os aplausos se intensificavam a cada declamação.
Em dado momento, meus olhos marejaram. Pura emoção. Ainda bem que estávamos à meia luz. Foi, sem dúvida, apenas uma pequena mostra da força, do vigor e da garra de uma juventude que, liderada pela jornalista e poetisa Romyne Novoa Silva, decidiu mexer com a Literatura local.
Durante o evento, na condição de vice-presidente da ASSEAM, consegui uma relação dos participantes, mas, sinceramente, não sei onde a guardei. Hoje, após décadas, senti saudades da VANCULT – VANGUARDA CULTURAL. Continuam os seus integrantes brilhando e notabilizando-se nos palcos? Se alguém souber, por favor, comente.
Parabenizações aos servidores do Centro Cultural que a todos receberam com presteza e, também, ao secretário de cultura, Dr. Robério Braga, pelo apoio e cessão do espaço aos jovens talentos. Abraço fraterno.
Que DEUS a todos nos abençoe!!!
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