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ALOENDROS | HUMBERTO DEL MAESTRO

LIVROS & ESCRITORES

*** As tardes esbanjam melancolia, neste começo friorento de outono.


*** Brisas silenciosas acordam a manhã, com festas e tagarelices, em tempos de verão.


*** As montanhas longínquas parecem estatuetas de jade, cortejadas pelas nuvens.


*** Na neve do seu riso forçado, a triste realidade dos meus desenganos.


*** Seu olhar, ainda infantil, costuma vir carregado de doces promessas de amor.


*** Entre sedas azuis e cambraias rosadas a manhã se contorce, preguiçosamente, no leito de ouro do nascente.


*** No pomar do crepúsculo, ramos de videiras despejam arroxeados frutos, nos cestos rosados do horizonte.


*** A noite deve ter chorado, porque as ruas e calçadas amanheceram repletas de poças d’água.


*** A manhã está tão triste que evoca, em meus sentimentos, estranhas melancolias do passado.


*** Um dia, estenderei as mãos e alcançarei os astros.


*** Manhã fria, sol distante... Até as pessoas parecem andar magoadas, na rua.


*** As sombras da noite são lúgubres como os dedos indeléveis da morte.


*** Quando a madrugada abre os olhos, há nichos de sonhos em cada coração.


*** Madrugada, céu desperto. O espaço se dissolve em dilúvios de luz e desmaios de estrelas.


BIBLIOTECA RAIMUNDO COLARES RIBEIRO

Transcrito do livro ALOENDROS, de Humberto Del Maestro, Gráfica Tullio Samorini, Vitória (ES), 1999, páginas 38 e 39.

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