MENTE DE UM POETA / CARLOS CARDOSO
- Raimundo Colares Ribeiro
- 23 de abr.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 5 dias
LIVROS & ESCRITORES

Na mente de um poeta
O que se passa, nunca se sabe.
De olhos fechados, em sua volta
Enxerga o ignorado pelos normais,
Não que anormal ele seja
Ele é simplesmente em circunstâncias especiais
Mais um ser em alerta.
De prontidão vive sonhos
Negados pela realidade do seu viver.
Lembra-se e teme o galanteio vazio
Dos elogios que recebe sem necessidade.
A ansiedade, que na verdade
Não passa da obra dos seus neurônios,
Leva-o a falar e argumentar o inexistente
Para explicar a ausência dos prodígios
Que o leva ao delírio.
A mente de um poeta
É como uma porta,
Vai e volta sem se deslocar,
Deixa sair e entrar,
Dependendo do seu estado.
Sem espaço para alojar ninguém
Serve para o mundo
Como a ponte de passagem
Para o seu futuro alcançar.
A mente de um poeta
Zela pela saúde da cultura
Embora não esteja à altura
De a cultivar noutra mentalidade
Ela tenta cativá-la
Com a mesma intensidade
A encaminha para essas diegeses.
Para haver cultura
Há que se ganhar o gosto pela literatura.
Para conquistar felicidade
Há que se ter liberdade
Tendo como chave a leitura.
Para ser poeta,
Basta ter coração
E uma humilde mente aberta!
Carlos Cardoso nasceu na localidade de Água Bôbô, em São Tomé. É vice-presidente executivo da Rede Sem Fronteiras, apresentador de eventos culturais, declamador de poesia e compositor. É colaborador da Rádio Somos Todos Primos, onde realiza, produz e apresenta o programa do projeto “Música & Poesia em Harmonia”, do qual é coordenador. Foi autor homenageado de honra pela Rede Sem Fronteiras na 92ª Feria do Livro de Lisboa e é sócio da Associação Portuguesa de Poetas. É autor de três livros de poesia e participou em várias antologias. O Aprendiz de Meio Século é sua quarta obras, escrita por ocasião do seu 50º aniversário.
BIBLIOTECA RAIMUNDO COLARES RIBEIRO
Transcrito do livro “O Aprendiz de Meio Século”, Editora Rede Sem Fronteiras, 2024, Rio de Janeiro/RJ, páginas 179/180.
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