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MEU ENCONTRO COM A LITERATURA

Com sabedoria se constrói a casa, e com discernimento se consolida. Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável  (Pv 24.3-4)


A vida é uma dádiva maravilhosa dada por Deus. Cada pessoa tem dons específicos que, muitas vezes, não os percebe. Adquirir conhecimento desperta o que estava adormecido, fazendo aflorar esse talento de maneira tão grandiosa que se tem a necessidade de expor ao mundo o que estava guardado em seu íntimo. Assim, ocorre a realização.

Aprender a ler despertou em mim o interesse pelas letras. Minha amada mãe Lucelina fez questão que os seus quatro filhos estudassem. Segundo ela, era a melhor herança que poderia nos deixar. Por ser eu a mais nova, tive o privilégio de ouvi-la contar muitas histórias, reproduzindo-as no papel à minha maneira. Essas histórias eu contava às colegas quando brincávamos de professora e alunas.

Um homem muito especial também contribuiu para despertar em mim o gosto pela literatura. Na minha infância, recebíamos em nossa humilde casa, de dois em dois anos, um primo de minha mãe chamado Plínio, que era carteiro em Belém do Pará. Ele ia a Tefé, cidade onde nasci e me criei, para visitar sua irmã Clélia e minha mãe Lucelina. Nosso tio Plinio, assim o chamávamos, não trazia boneca nem outros brinquedos de presente para minhas duas irmãs e eu. Ele trazia livros de contos e gibis. Inicialmente, meu interesse era pelos gibis. Quando aprendi a ler, os de contos passaram a ser os meus preferidos. Não lembro o que ele trazia para o meu irmão Carlos, que era o mais velho.

Agradeço às minhas professoras do ensino fundamental, sobretudo pelos ensinamentos que me fizeram tomar gosto pela literatura e escrita. Nessa época, como parte da grade curricular ensinavam como desenvolver uma boa redação. Incentivavam a prática da leitura, indicando bons livros, e eu os lia várias vezes, pois sabia que retirariam textos deles para os temidos “ditados”. Hoje, reconheço que foram excelentes maneiras de exercitar a escrita.

Outro fato importante é que na adolescência e na juventude eu participava de grupos que desenvolviam a criatividade, na Igreja Cristã Evangélica. Na maioria das vezes, fazíamos as peças e os jograis que seriam apresentados em datas comemorativas.

Nasci em 1964, em Tefé, onde morei com minha mãe. A televisão chegou somente no início da minha juventude. Na nossa residência demorou um pouco para ser a companheira de sala. O passatempo das minhas irmãs e meu era a leitura de livros de romance que ali chegavam, entre eles “Sabrina”. As fotonovelas não faltavam em casa. Fazíamos economias só para ter esses livros e revistas. Era mania entre a juventude. As colegas se reuniam para fazer a troca desse material. Eu aprecio os livros da autora Ágata Christie. Ainda hoje, gosto de livros de mistérios.

Quando casamos, o meu esposo, Raimundo Colares Ribeiro, trouxe para nossa casa alguns escritos seus em manuscrito e datilografados, bem como letras de músicas feitas por ele. Descobrimos que tínhamos até isso em comum, pois eu também possuía meu caderninho de contos e poesias.

Em 1996, ele lançou o seu primeiro livro e se associou à Associação dos Escritores do Amazonas - Asseam. Com isso, passamos a frequentar constantemente lançamentos de livros e ouvir palestras culturais. Foi o seu primeiro passo para ingressar em várias academias de letras.

No ano de 2006, a Grande Secretaria de Cultura da Glomam lançou o concurso literário “O Maior de Todos os Troféus”, do qual participei com o escrito “Flores e Jardins”, sendo agraciada com medalha na Categoria Redação. Nesse mesmo ano, esses escritos foram reunidos e publicados em forma de coletânea.

Por participar de várias coletâneas, algumas editadas fora do meu Estado, fui convidada, em agosto de 2015, a fazer parte do quadro de membros fundadores da Academia de Letras do Brasil - Amazonas. Sinto muito orgulho de ser membro, ocupando a cadeira número 8, cuja patrona é a escritora e jornalista Cecília Meireles.

Em setembro de 2018, tive a grata satisfação de ser indicada para presidir a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria Amazonas. A minha posse, junto a outras dez presidentes-coordenadoras, aconteceu durante o 1º Encontro Nacional de Ajebianas, na cidade de Fortaleza-CE. Foi um marco muito importante em minha vida.

Meus escritos estão presentes em mais de vinte coletâneas. Na tarde de 17 de fevereiro de 2024, nas dependências da Igreja Batista Shekinah, em Manaus, lancei o meu primeiro livro solo intitulado NOSSO DEUS SOBERANO, que contém reflexões baseadas na Palavra de Deus.

Creio que a escritora está sempre em evolução e não tem limites para produzir. Sempre podemos melhorar e crescer. O mundo passa por constantes mudanças e isto tem ocorrido em intensa velocidade; logo, é importante estar se atualizando e ajustar-se às inovações que chegam.

Nossa história é construída a cada dia. Quando publicamos o que pensamos, somos capazes de fazer a diferença na vida de outras pessoas; por isso, é relevante que tomemos cuidado com o que deixamos escrito para esta e às gerações futuras.

 

Kátia Colares Ribeiro

Texto publicado nas antologias: “A vida é feita de histórias” (AJEB-DF, 2020); e atualizado na “1ª Antologia das Ajebianas do Amazonas (AJEB-AM, 2024).


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Deus em sua infinita bondade lhe capacite cada fez mais.

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