Não adianta dizer que não, todo mundo carrega um pouco de amor dentro de si. No fundo, bem no fundo, todo mundo é amor, até sem querer. Todo mundo tem um jardim cheio de flores na alma, e quase o tempo todo esse jardim é amor.
É amor quando você pede a bênção do seus pais antes de sair de casa... É amor quando você sai do cinema disfarçando as lágrimas por causa de um filme que nem sequer falava de amor.
É amor quando você se pergunta sobre a loucura que o mundo é. É amor quando toma as dores de alguém que você nem conhece. É amor quando você tem vontade de levar para casa aquele animalzinho abandonado ou quando você só quer um cobertor pra cobrir o morador de rua.
É amor gritando para escapar. Pedindo pra se espalhar por aí, querendo ter vida própria. É o amor contrariando todas as regras da gramática, é o amor se fazendo teimoso. É tanto amor na mesma sentença, no mesmo texto e na mesma vida, que você acaba de perder a conta de tanto que já amou.
É amor até quando você finge que não é! É amor revirando, desvendando e descontruindo tudo aí dentro de você. É amor, da anatomia até os pensamentos soltos no quarto antes de você dormir. Você é mais amor do que pensa, e nem deveria sentir vergonha disso. Seja amor e não faça questão de ser outra coisa, não encontre vocação pra mais nada, seja amor!
Rebeca Beatriz é socióloga, jornalista e escritora. Entre as associações literárias é membro da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB-AM).
BIBLIOTECA RAIMUNDO COLARES RIBEIRO
Transcrito do livro DEVANEIO - AMORES VIVIDOS HISTÓRIAS INVENTADAS, de Rebeca Beatriz, Editora Grupo Lendari, 2019, página 59.
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