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SEJAMOS PONTES BEM EDIFICADAS

Como é bom conviver com pessoas que seguem o mandamento dado por Jesus Cristo, o de amar o próximo como a si mesmo. Minha mãe, por exemplo, hospedava em nossa casa, com muita frequência, pessoas humildes como nós, vindas de comunidades ribeirinhas, nas proximidades da cidade onde morávamos, em Tefé, no Amazonas. Algumas delas residiram conosco por longos períodos.

Dona Lucelina, minha mãe, conhecedora e seguidora da palavra de Deus, ajudava no que podia o seu semelhante, cumprindo com inteireza o descrito no livro bíblico de Romanos 12:13: “Estejam sempre dispostos a praticar a hospitalidade”. Ela foi uma mulher que colocou em ação a sua fé em Deus, sendo hospitaleira, durante toda a sua vida. Sem dúvida alguma, uma ponte de auxílio para muitos.

Quando eu cursava a quarta série do ensino fundamental, fui acometida de paralisia facial. Tive acompanhamento médico e os cuidados da minha mãe, que era técnica de enfermagem. No período de tratamento, fiquei impossibilitada de frequentar as aulas, presencialmente. Minha mãe, preocupada, conversou com minhas professoras. Elas, as professoras, em concordância com a diretora da Escola Santa Teresa, oportunizaram-me estudar e fazer todas as tarefas escolares em casa.

Nesse período de restabelecimento da minha saúde, um colega de sala de aula passava em casa, de segunda a sexta-feira, trazendo-me o que deveria ser estudado e levando os trabalhos de aprendizagem devidamente prontos. A esse meu amigo, que já se encontra em outro plano, reconheço, ainda hoje, o bem que me fez. Na época, com o meu muito obrigada, demonstrei-lhe a minha gratidão. Tenho plena certeza de que ele, com sua atitude, foi-me ponte solidária.

Passaram-se meses de estudo à distância. Minhas professoras Terezinha de Jesus Freire, conhecida como Cida, e Amazônia Azevedo tenho-as como mulheres extraordinárias, com visão do futuro. Com a graça de Deus, fiquei totalmente curada, sem nenhuma sequela. Voltei a estudar, presencialmente, no segundo semestre daquele mesmo ano, sendo aprovada para a série seguinte. Gratidão? Sim, sou grata àquelas mulheres que foram verdadeiras pontes de amparo, quando precisei.

Na parte literária, o meu amado esposo Raimundo Colares Ribeiro tem sido o meu maior incentivador a produzir com esmero todo e qualquer texto. Ele foi a minha ponte das letras para que eu fizesse parte de academias e associações literárias.

Na condição de serva do Altíssimo, tenho também procurado ser ponte de cooperação aos que necessitam, pois, agindo assim, estarei cumprindo o que tenho aprendido na Palavra de Deus. Em I João 3:17-18, temos um alerta muito importante que diz: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão passar necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas de fato e de verdade”.

Ao prestarmos socorro aos necessitados, estamos, nesses atos, glorificando a Deus, conforme Jesus nos ensina em Mateus 5:16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que estás nos céus”.

Sejamos pontes bem edificadas, para a glorificação de Deus.

 

 

Texto publicado na “II Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Brasil: construindo pontes”. 2024. Páginas 189/191.


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